Chegamos aos 150 metros!
Foi ontem, na vastidão da Serra da Freita, com um parque eólico ali ao lado. Levamos a nova base de lançamento, com uma rampa de 3 metros de altura, e vários foguetes, entre eles o Tempest IV. Era neste que depositávamos toda a esperança, já que o design longo da fuselagem, com um único compartimento de pressão, nos garantia a melhor performance.
As condições climatéricas não eram as melhores, com um vento que fazia drapejar a bandeira da base, mas não íamos sair dali de mãos a abanar. Mas era preciso evitar que o ventro levasse o foguete para demasiado longe. Para isso teríamos de retardar o mais possível a abertura do paraquedas. Contudo, assim o paraquedas iria abrir com o foguete já em plena descida, a ganhar velocidade... Solução: usar um paraquedas pequeno e resistente.
Assim fizemos: paraquedas de poliester, com cerca de 60 cm de diâmetro. Pressurizamos o foguete até onde foi possível (cerca de 8 bar) e lançamos. Tudo bem, subida fantástica, apogeu quase na vertical, e aí vem ele a descer, a acelerar, tudo bem, o paraquedas é ejetado, afasta-se do foguete, abre... e subitamente continua a afastar-se e deixa o foguete mergulhar em voo picado até ao chão!
Bate no solo com violência e contorce-se todo, parecia uma cobra. End of story... ou talvez não!
Fomos buscar o paraquedas (que tinha aterrado a mais de 200 metros), voltamos a colocar o foguete na rampa, desta vez usamos abraçadeiras a sério para fixar o cordel do paraquedas ao foguete, e voltamos a preparar-nos para lançar.
Desta vez mais confiantes, incluímos o altímetro. Pressurizamos. Seis bar, sete bar, vá lá, aguenta... 8 bar. Aguentou. Disparamos.
Desta vez não houve incidentes, fomos buscá-lo ao fundo da encosta e verificamos o altímetro: 144 metros. Nada mau, apenas 5 metros menos que o anterior recorde. Mas queríamos mais.
Voltamos a pô-lo na base, voltamos a pressurizar até esgotarmos as energias, conseguimos de novo os 8 bar, que ele aguentou estoicamente. e lançamos. Espetacular!
Voltamos a descer a encosta para ir apanhá-lo, e verificamos o registo no altímetro: 150 metros! Tinhamos estabelecido um novo recorde pessoal! Era tempo de comemorar!